Soneto 74
Alegra-te: quando a dura prisão
Sem dó para longe me arrastar,
Minha vida tem neste verso um interesse,
Que, em memória, ainda em ti continuará.
Quando a revires, verás de novo
Tudo o que a ti consagrei.
A terra conterá apenas a terra, que a ela pertence;
Meu espírito é teu - a melhor parte de mim:
Então, quando tiveres dissipado o que restar de tua
vida,
Presa dos vermes, o meu corpo sucumbido;
Na covarde conquista de um punhal maldito,
Haverá muito pouco de ti para ser lembrado.
Seu valor
está no que ele contém,
E o que for,
este sim, permanecerá contigo.
Sonnet 74
But
be contented: when that fell arrest
Without
all bail shall carry me away,
My
life hath in this line some interest,
Which
for memorial still with thee shall stay.
When
thou reviewest this, thou dost review
The
very part was consecrate to thee.
The
earth can have but earth, which is his due;
My
spirit is thine, the better part of me:
So
then thou hast but lost the dregs of life,
The
prey of worms, my body being dead;
The
coward conquest of a wrech's knife,
Too
base of thee to be remembered.
The worth of that, is that which it contains,
And that is this, and this with thee remains.
(do
livro “44 Sonetos Escolhidos”, Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta,
Ibis Libris Editora)
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