terça-feira, 26 de agosto de 2014

Luiz Fernando Pinto

Não é possível estar só
Mente quem não sente
Da onde vem
O que utiliza o homem?
Vem com o peso
Apesar de ser
Sofre e consome

Gente que não sabe
O que fazer se
Somente sou o que
Não sei. Roupa,
Rouba, almoço, acessórios
De que fronteira?
Qual a mão que afaga?

A janta tudo e joga
Fora o que acho que sei
Sendo di ver gente
Do que fazem de mim
Noite vazada mal cantada
Bêbado virou lixo
Ela passou e nem olhou

A cuspida foi pra mim
Que guardei de bom grado
Cada globo desviado
Olhar do alto do salto
Pisado no asfalto
Perfume de estrume
Fabricado por interesse

De quem ganha milhão
Vendo da janela
Cobaias dormindo no chão
Cão que ladra
Enxotado. café
Na goela é quente
Levanta fia, no fio do dia.


Morador de Senador Camará, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Bacharel em Teatro pela Universidade Cândido Mendes e formado em Produção Cultural pelo Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC), da Universidade das Quebradas (UFRJ). Um dos fundadores do Coletivo Peneira e do Movimento das Utopias e Fricções Artísticas (Mufa), onde escreveu e atua no espetáculo ‘Urucuia Grande Sertão’ e promove o ‘Sarau do Escritório’, na Lapa. Atualmente escreve para o blog www.pintocultura.blogspot.com e prepara o seu primeiro livro de crônicas “Bisbilhotar”.



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