como
uma faca que abre a manhã
tenho os órgãos completos de anoitecimentos.
borboletas jantam minha boca espessa
e me abrem com pedidos graves.
inauguro leitos e esquinas
e guardo no sutiã
um discurso escuro.
meus seios se esgarçam
se esquivando do cheiro que ficou encarnado,
mas encontram quinas.
então o músculo a noite
escorre como grade nas palavras
que parecem ter a potências das pedras.
recosturo o mamilo com a mesma faca
que abre a manhã
e a reinvento flor fome demência
e me danço e me acho no dentro
de uma borboleta ensopada.
tenho os órgãos completos de anoitecimentos.
borboletas jantam minha boca espessa
e me abrem com pedidos graves.
inauguro leitos e esquinas
e guardo no sutiã
um discurso escuro.
meus seios se esgarçam
se esquivando do cheiro que ficou encarnado,
mas encontram quinas.
então o músculo a noite
escorre como grade nas palavras
que parecem ter a potências das pedras.
recosturo o mamilo com a mesma faca
que abre a manhã
e a reinvento flor fome demência
e me danço e me acho no dentro
de uma borboleta ensopada.
Raquel
Gaio nasceu e reside na cidade do Rio de Janeiro.É atriz, poeta e
performer.Bacharel e Licenciada em Letras (Português/Literatura) pela
UFRJ.acredita no corpo como um grande devir poético que sustenta todas as
nossas narrativas. um corpo poético, uma poesia - corpórea.devires
cartografados em nossas curvas: ausências, ruínas, esperas,memória, tempo...
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