Soneto do que não fui
Se eu fosse fase, seria infância
Se eu fosse voz, seria grito
Mas pelo sarcasmo da circunstância
Sou esse poeta esquisito
E em cada poema que eu copio
Mostro mais escárnio que poesia
Se eu fosse soneto, seria vadio
Se eu fosse gente, o que eu seria?
Quando um dia a morte vier dizer
não
Se nada puder ser, quando eu já era
Se ao invés de algo eu for certidão
Minha causa mortis poderá ser lida
Se ele fosse flor, seria primavera
Se morreu sem fim, foi de amar a
vida
Sérgio Gramático Júnior, poeta,
jornalista, mestrando em bens culturais e projetos sociais. Autor de "São
só poesias", "Palavras que se amam e formaram versos", "Eu,
a poesia e vício-versa", "Carnaval de poesias" e
"Poeticidade Maravilhosa". Além das biografias "Maçu da
Mangueira, o primeiro mestre-sala do samba" e "Delegado e Dionísio,
vidas em passos de arte".
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