Da prateleira, ela me ri toda solene
enchendo salas abusadas de ironia
no pé-com-pé que já faz a outra flor
a recolher cada minuto da tardinha.
A flor ri que zomba da minha condição
de mal saber serenar o dom da espera
enquanto a outra carrega o leite à mão,
sem saber que rebenta cheia e coração
na caneca que bem derrama, da janela.
(Hoje um leito em conjugação de copos
vai guardar de leite o céu dessa noite.)
Copo-de-leite
(do livro “Segredaria”, Editora Patuá)
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