quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

3 - Cel Bentin



Da prateleira, ela me ri toda solene
enchendo salas abusadas de ironia
no pé-com-pé que já faz a outra flor
a recolher cada minuto da tardinha.

A flor ri que zomba da minha condição
de mal saber serenar o dom da espera
enquanto a outra carrega o leite à mão,
sem saber que rebenta cheia e coração
na caneca que bem derrama, da janela.

(Hoje um leito em conjugação de copos
vai guardar de leite o céu dessa noite.)

Copo-de-leite


(do livro “Segredaria”, Editora Patuá)



Nenhum comentário:

Postar um comentário