quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

sol e sangue dão pintura - Julia Mendes



cabeceira


ainda escrevo
mesmo mantendo a equação
de que sempre
e nunca não significam
nada

sorvo os entulhos que pensam
sou prensada
entre
a permanência
da tarde
e uma liturgia vaga
que canto para
deus

NY, 28.08.13


(do livro "Desde quando deserto", Editora Patuá)



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