sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Casas / Cidades - Flávio Corrêa de Mello



Colapsos


Pela manhã, a língua na virilha
Espasmo galopando o calcanhar
- casco amaciado - no travesseiro
- colapso - a boca dormente.

Pela tarde, o sussurro
próximo é cano entupido
e entre a cama e o chão,
há um salto duvidoso

quando a noite penumbra
a janela do vizinho
desfazendo permutas,
somos nós e o abismo,
o cansaço.


(do livro “Rio movediço”, Editora Verve)



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