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O mundo, eu não o amei, nem ele a mim, –
Bons inimigos, vamos sem rancor.
Não as achei, mas creio que há, enfim,
Palavras que são coisas, vi a cor
Da esperança e cheguei mesmo a supor
Virtudes sem perjúrio ou falsidade;
Nos prantos dos demais vislumbro dor
Em dois ou três, e penso, de verdade,
Que o bem pode existir e assim felicidade.
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I have not loved the world, nor the world me, –
But let us part fair foes; I do believe,
Though I have found them not, that there may be
Words which are things, – hopes which will not
deceive,
And virtues which are merciful, nor weave
Snares for falling: I would also deem
O’er other’s grief that some sincerely grieve;
That two , or one, are almost what they seem, –
That goodness is no name, and happiness no dream.
(do livro “Byron e Keats Entreversos”, Traduções de
Augusto de Campos, Editora Unicamp)