Uma balada para dois
Tem tanta dor dentro desses copos,
tem tanto ardor dentro desses corpos
e tanto, tanto nesse vezenquando
que vezenquando tudo é encanto.
(Mas o ideal ainda tão distante
interrompe
o toque, o gole, o trago, a verve, o canto.)
Por ser real
por estar tão próximo
e por ser tão possível,
há de parecer
tosco
pouco
óbvio
(mesmo, vezenquando, sendo incrível).
Talvez, um dia,
quem sabe,
um reencontro:
no bar da esquina,
na praia,
na fila do banco.
Ela com seu parceiro ideal,
ele com a sua mulher perfeita:
duas pessoas escolhidas
para caberem nas suas antigas
e comportadas frases feitas.
(do livro "Quando as palavras se abraçam", Editora Patuá)
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