Trabalhos de amor perdidos
O sol de ouro não beija assim tão doce
O orvalho sobre a pétala da flor
Como teu olhar que em raios derramou-se
E derramou meu pranto e me encantou.
Nem brilha cor de prata a luz da lua
Por entre as transparentes profundezas
Como brilha o esplendor da face tua
Entre as lágrimas minhas de tristeza.
Cada gota carrega-te em cortejo
Em teu triunfo sobre o meu amor.
Quanto mais lágrimas por ti despejo,
Aumenta a tua glória e a minha dor.
Mas não te encantes por ti, eu te aconselho,
Nem faças minhas lágrimas de espelho.
Rainha das rainhas, tu ultrapassas
O que se pense ou diga de tuas graças.
Love's labour's lost
So sweet a kiss golden
gives not
To those fresh
morning drops upon the rose
As thy eyebeams
when their fresh rays have smote
The night of dew
that on my cheeks down flows.
Nor shines the
silver moon one-half so bright
Through the
transparent bosom of the deep
As doth thy face
through tears of mine give light.
Thou shin'st in
every tear that I do weep.
No drop but as a
coach doth carry thee,
So ridest thou
triumphing in my woe.
Do but behold the
tears that swell un me
And they thy glory through my grief will show.
But do not love thyself: then thou wilt keep
My tears for glasses, and still make me weep.
O Queen of queens, how far dost thou excel,
No thought can think nor tongue of mortal tell.
(do
livro "O Discurso do amor rasgado - Poemas e Fragmentos de William
Shakespeare", Tradução: Geraldo Carneiro, Nova Fronteira)
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