Caravana
homens e mulheres
passaram pelo buraco da agulha
e a caravana percorreu os tempos
os solos
as línguas
os olhos
no infrutífero de sombras, quedamos plantados
esperando a queda dos frutos
o repouso dos corpos
esquecemos os pés
pelo túnel da
garganta
perpassavam vozes velhas
memórias amornadas
arrefece-nos as pálpebras
os retalhos estão impecavelmente membrados
e as mãos já esperam por afagos e fuga do trabalho
mas de longe se vê que não se trata de apenas
um tecido
[o sol levou o calor consigo, e a noite
nos impõe cobertos]
e que importa se somos indistintos?
na beleza nos atemos
(do livro "Caravana", Editora Patuá)
Contentemente agradeço! =D Já havia passeado antes pelo blog, muito bom!
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