segunda-feira, 28 de abril de 2014

44 sonetos escolhidos - William Shakespeare



Soneto 123


Não! Tempo, não te regozijarás que envelheço:
Tuas pirâmides erguidas com nova força
A mim não surpreendem, nem estranham;
Apenas são visões de antigos lugares.
Nossos dias são breves e, portanto, admiramos
O que tu nos impõe que envelheceu;
E preferimos tê-los conforme nosso desejo,
A conhecê-los somente por suas lendas.
Desafio tanto as histórias quanto a ti,
Sem me importar com o passado ou com o presente;
Pois os teus livros e o que vemos ambos mentem,
Feitos, mal e mal, por tua contínua pressa:
  Isto eu juro, e assim será sempre,
  Serei verdadeiro, apesar de ti e tua longa foice.
 

Sonnet 123


No! Time, thou shalt not boast that I do change:
Thy pyramids built up with newer might
To me are nothing novel, nothing strange;
They are but dressings of a former sight.
Our dates are brief, and therefore we admire
What thou dost foist upon us that is old;
And rather make them born to our desire,
Than think that we before have heard them told.
Thy registers and thee I both defy,
Not wondering at the present nor the past;
For thy records and what we see doth lie.
Made more or less by thy continual haste:
  This I do vow, and this shall ever be,
  I will be true, despite thy scythe and thee.


(do livro “44 Sonetos Escolhidos”, Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta, Ibis Libris Editora)



Nenhum comentário:

Postar um comentário