Soneto 123
Não! Tempo, não te regozijarás que envelheço:
Tuas pirâmides erguidas com nova força
A mim não surpreendem, nem estranham;
Apenas são visões de antigos lugares.
Nossos dias são breves e, portanto, admiramos
O que tu nos impõe que envelheceu;
E preferimos tê-los conforme nosso desejo,
A conhecê-los somente por suas lendas.
Desafio tanto as histórias quanto a ti,
Sem me importar com o passado ou com o presente;
Pois os teus livros e o que vemos ambos mentem,
Feitos, mal e mal, por tua contínua pressa:
Isto eu
juro, e assim será sempre,
Serei
verdadeiro, apesar de ti e tua longa foice.
Sonnet 123
No! Time, thou shalt not boast that I do change:
Thy pyramids built up with newer might
To me are
nothing novel, nothing strange;
They are but
dressings of a former sight.
Our dates are
brief, and therefore we admire
What thou dost
foist upon us that is old;
And rather make
them born to our desire,
Than think that
we before have heard them told.
Thy registers
and thee I both defy,
Not wondering at
the present nor the past;
For thy records
and what we see doth lie.
Made more or
less by thy continual haste:
This I do vow, and this shall ever be,
I will be
true, despite thy scythe and thee.
(do
livro “44 Sonetos Escolhidos”, Tradução: Thereza Christina Rocque da Motta,
Ibis Libris Editora)
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