O monstro de Loch Ness
O madrigal no pensamento ouço
e em água, gelo e vapor o sinto.
A mesma constituição é o vínculo:
um campo vazio já é o calabouço.
Pela zincogravura o nu esboço
da absoluta insipidez do rosto
que incolore de frio o ídolo fausto
entediado ante um beijo insosso.
Pelo submerso pré-histórico
a estranha espera de um herege estoico
ferido por um toque que não vês.
Na margem do antiquário aquático
nostalgia-se o estático poético
ao ver-se na solitude de Loch Ness.
(do livro "Mormaço", Editora Penalux)
Nenhum comentário:
Postar um comentário