A copa nossa de cada dia
Todos jogavam à minha volta “tiro ou coroa”.
Não era azar não era sorte.
Os meninos descalços e sua copa eram pobres.
Usavam camisas coloridas desbotadas.
Os juízes eram ladrões.
O tapete verde mágico era de terra batida.
Todos eram Garrincha por um dia.
O único ouro era o da alegria do sol,
E de alguns poucos dentes de traficantes.
Por acaso e por técnica era gol.
Esboçava-se um carnaval imediato.
O mundo era duro e a bola era oficial.
Acabou a tapas pela derrota de uns,
E pela comemorativa cervejinha gelada
Antes do almoço caprichado de sábado,
E o sono pesado da tarde.
(do livro “Pelada Poética”, organização: Júlio Abreu
e Mário Alex Rosa, Livraria e Editora Scriptum)
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