Aqui
Neste prédio em que vivemos
Os vizinhos de cima rugem
Com suas camas inquietas
De projetar amanhãs sem porquês
Subimos às alturas do nada e tudo
Para sermos um pouco do pouco
E vivermos escondendo nossos medos
Nos jogos que existem
Neste prédio em que vivemos
O vizinho do lado mija pela janela
De madrugada para que ninguém veja
E ele possa rir em paz
Subimos aos mais infames métodos
Para fazer com que consigamos
Um tantinho, um quase tudo ou nada
De nós mesmos
(do livro “Afasia”, edição do autor)
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