Adentro
É preciso comer pedras
e esventrar o ventre
para nascer de novo,
com fome de amor
cavar bem fundo
a dor que dilacera
esmiuçá-la
cultivá-la ao mais ínfimo
e cavernoso silêncio eremita
sofrendo de uma vez
o luto que se avizinha
alimentar-se dessa dor
usá-la,
gastá-la, criando
porque toda a criação
é uma forma de curar a dor
(do livro “O barulho do tempo”, Bairro dos Livros)
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