Viagem na noite longa
Na noite longa
minha alma
chora sua fome de séculos
Meus olhos crescem
e choram famintos de eternidade
até serem duas estrelas
brilhantes
no céu imenso
E o infinito se detém em mim
Na noite longa
uma remotíssima nostalgia
afunda minha alma
e eu choro marítimas lágrimas
enquanto meu desejo heroico
de engolir os céus
se alarga e é já céu
Tenho então
a sensação esparsamente longa
de vogar no absoluto
(do livro “Poesia africana de língua portuguesa”,
seleção: Livia Apa, Arlindo Barbeitos, Maria Alexandre Dáskalos, Lacerda
Editores)
Nenhum comentário:
Postar um comentário