terça-feira, 19 de novembro de 2013

Hanna Halm



Maria vestiu branco
na quarta-feira.
A saia curta
o cabelo solto...

Risonha, dançava
livre pelas ruas
fétidas de carnaval.

Pisava em serpentinas mortas
bebia o que não lhe pertencia
batucava sozinha um surdo
imaginário

Perdera a festa
perdera o ano.
E não tinha volta,

Maria estava atrasada.


Hanna Halm é de Queimados/RJ, tem 20 anos e estuda História na UNIRIO. Nas horas vagas escreve poesia e música, canta na banda Gambiarra e dá aulas de inglês.



Um comentário:

  1. Gostei. Senti-me com lendo um inteiro mistério e investigação de detetive e resolução... tudo num breve poema. Além disso, virei Maria com a poesia -- e senti no fundo da alma o impacto do atraso em minha vida louca com rimas inesperadas. E de repente o impacto de estar no tempo certo, mesmo que atrasado, pois Maria não se importa... e o surdo imaginário, para os poetas, é sempre real :)

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