A torre
SIM
há o tempo dos diálogos
até o estouro
dum silêncio implacável.
até o estouro
dum silêncio implacável.
-
Raquel
silenciava
o seu corpo de peixe
hipotônico em água salgada
e salgando
seca
sedenta sob a luz
baixa – por que tão cansada?
– por que você?
ancorada junto à janela
o seu corpo de peixe
hipotônico em água salgada
e salgando
seca
sedenta sob a luz
baixa – por que tão cansada?
– por que você?
ancorada junto à janela
ela
parecia querer despencar
tudo cheirando a mar agitado
Raquel da janela vê-se o quarto
tão escuro
cheirando a mar agitado
tudo cheirando a mar agitado
Raquel da janela vê-se o quarto
tão escuro
cheirando a mar agitado
seca
tão seca de não vejo a sua carne
dela nasce o estouro implacável
um silêncio bem enfiado
entre o meu corpo à beira da calçada
e o seu corpo beirando a janela
sempre por despencar
janela Raquel os seus estrados
automóveis por falésias
as tantas
dela nasce o estouro implacável
um silêncio bem enfiado
entre o meu corpo à beira da calçada
e o seu corpo beirando a janela
sempre por despencar
janela Raquel os seus estrados
automóveis por falésias
as tantas
cordas
que despontam de seu instrumento
sempre por despencar
os instrumentos o ferro da clave
a torre das borboletas arremessadas
o crime o caule da flor
a flor, Raquel, eu
e tu
por uma fissura silente
entre o intervalo destes corpos.
sempre por despencar
os instrumentos o ferro da clave
a torre das borboletas arremessadas
o crime o caule da flor
a flor, Raquel, eu
e tu
por uma fissura silente
entre o intervalo destes corpos.
Fernanda Morse escreve poemas, integra a
Oficina Experimental de Poesia e atualiza o blog a mesma língua ( http://fernandamorse.blogspot.com.br/).
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