LXXI
Invocação
à noite
Oh
deusa, que proteges dos amantes
O
destro furto, o crime deleitoso,
Abafa
com teu manto pavoroso
Os
importunos astros vigilantes:
Quero
adoçar meus lábios anelantes
No
seio de Ritália melindroso;
Estorva
que os maus olhos do invejoso
Turbem
de amor os sôfregos instantes:
Tétis
formosa, tal encanto inspire
Ao
namorado sol teu níveo rosto,
Que
nunca de teus braços se retire!
Tarde
ao menos o carro à Noite oposto,
Até
que eu desfaleça, até que expire
Nas
ternas ânsias, no inefável gosto.
(do livro "O delírio amoroso e outros poemas", L&PM Pocket)
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