segunda-feira, 10 de junho de 2013

Sementes aladas - Percy Bysshe Shelley

Ozymandias



Conheci um viajante de uma terra ancestral

Contou-me: Sem tronco, duas pernas enormes

Erguem-se no deserto... Perto delas no areal,

Semienterrada, a cabeça em partes disformes,

Franze o cenho, e o escárnio de um comando glacial,

Mostra-nos que o escultor captou bem o seu estado

Que ainda sobrevive estampado nessas pedras estéreis,

A mão que dele troçou e o coração que foi alimentado;

E no pedestal estão grafadas as seguintes palavras:

“Meu nome é Ozymandias, rei dos reis:

Ó Poderosos, rendei-vos ao olhar minhas obras!”

Nada além permanece. Ao redor do desolamento

Da ruína colossal, infinitas e desertas

As areias planas e solitárias se estendem ao vento.


Ozymandias


I met a traveller from an antique land

Who said: Two vast and trunkless legs of stone

Stans in the dessert... Near them, on the sand,

Half sunk, a shattered visage lies, whose frown,

And wrinkled lip, and sneer of cold command,

Tell that its sculptor well those passions read

Which yet survive, stamped on these lifeless things,

The hand that mocked them, and the heart that fed:

And on the pedestal these words appear:

“My name is Ozymandias, king of kings:

Look on my Works, ye Mighty, and despair!”

Nothing beside remains. Round the decay

Of that colossal wreck, boundless and bare

The lone and level sands stretch far away.
 
 
(do livro "Sementes aladas", Tradução: Alberto Marsicano, Ateliê Editorial)
 
 
 

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