Solitário
qual nuvem vaguei
Solitário
qual nuvem vaguei
Pairando
sobre vales e prados,
De
repente a multidão avistei
Miríade
de narcisos dourados;
Junto
ao lago, e árvores em movimento,
Tremulando
e dançando sobre o vento.
Contínua
qual estrelas brilhando
Na
Via Láctea em eterno cintilar,
A
fila infinita ia se alongando
Pelas
margens da baía a rondar:
Dez
mil eu vislumbrei num só olhar
Balançando
as cabeças a dançar.
As
ondas também dançavam neste instante
Mas
neles via-se maior a alegria;
Um
poeta só podia estar exultante
Frente
a tão jubilosa companhia:
Olhei
– e olhei – mas pouco sabia
Da
riqueza que tal cena me trazia.
Pois
quando me deito num torpor,
Estado
de vaga suspensão,
Eles
refulgem em meu olho interior
Que
é para a solitude uma bênção;
Então
meu coração começa a se alegrar,
E
com narcisos pôs-se a bailar.
I wandered lonely as a cloud
I wandered lonely as a cloud
That floats on high o’er vales
andhills,
When all at once I saw a crowd,
A host, of golden daffodils;
Beside the lake, beneath the trees,
Fluttering and dancing in the breeze.
Continuous as the stars that shine
And twinkle on the milky way,
They stretched in
the never-ending line
Along the margin of a bay:
Ten thousand saw I at a glance,
Tossing their heads in springhtly
dance.
The waves beside them danced; but they
Out-did the sparkling waves in glee:
A poet could not but be gay,
In such a jocund company:
I gazed – and gazed –
but little thought
What wealth the show to me
had brought:
For oft, when on my couch I lie
In vacante or in pensive mood,
They flash upon that inward eye
Which is the bliss of solitude;
And then my heart with pleasure fills,
And dances with the daffodils.
(do livro “O olho imóvel pela força da harmonia”, Tradução e Apresentação: Aberto Marsicano e John Milton, Ateliê Editorial)
Nenhum comentário:
Postar um comentário