Flores mortas
Quando se enterra,se crava ou se escava
os dedos na terra
e se olha não a bela
mas aquela flor lenta,
e que de secas as pétalas
as pedras mais água têm;
quando o corpo é o osso
reumático, anoréxico,
e ainda a teimosia avara
que estala todo o plexo,
nervoso, perplexo,
de tudo o dificultoso
de ir à terra e revirá-la;
Quando se carquilha
e já é morta a raiz,
as flores já sem vulto,
qual dentre elas levantara
diante de meus olhos
a ausência do mundo,
esse horror profundo?
http://riomovedico.blogspot.com.br/
Flávio Corrêa de Mello (RJ) é professor e escritor. Publicou Poemas Suíços (2004) e Rio Movediço (2013). Participou do movimento literário Bagatelas atuando como ponte entre escritores lusófonos e mantendo uma coluna semanal. Possui textos publicados em diversas colunas e revistas literárias (inimigo rumor, entrelivros e etc). Em 2013, coordenou o projeto de literatura Rumos da Palavra, do SESCRIO e ministrou a minioficina Conceição eu conto, no FIM de Semana do Livro – Morro da Conceição. Também publicou o conto Sabido, Sabidinho no livro Porto do Início ao Fim, que celebrou a abertura do evento.
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