2. Águas
As águas tiram proveito
da
razão
As águas sufocam o
riacho
e faz chover
Águas puras límpidas
Riacho de pudor no
coração
É sangue bom
Sangue de tirania
Hidrata o seco e molha
o
enxuto
Rugas da velhice e da
infância
Absorventes e solvidas
Num marasmo de sofreguidão
Águas maravilhosas geam
Meu coração em chama se
consome
Em razão doce de
pupilar
Em sombra que se
esconde
Nas águas mansas
De um soturno e
virulento ser
Digo e falo sou amigo
E as águas compõem o
riso
E em rio me detrato
Solavanco com força e
caio
E na queda desmaio
Some a energia
Que transfere-me a um
planalto
E as águas não param de
rolar.
(do livro "Artista de rua II", edição do
autor)
Nenhum comentário:
Postar um comentário