Se tenho medo
Se tenho medo de meus dias terminar
Antes de a pena me aliviar o espírito, antes
De muito livro, em alta pilha, me encerrar
Os grãos maduros como em silos transbordantes;
Se vejo, nas feições da noite constelar,
Enormes símbolos nublados de um romance
E penso que não viverei para copiar
As suas sombras com a mão maga de um relance;
Quando sinto que nunca mais hei de te ver,
Formosa criatura de um momento ideal!
Nem hei de saborear o mítico poder
Do amor irrefletido! - então no litoral
Do vasto mundo eu fico só, a
meditar,
Até ir Fama e Amor no nada
naufragar.
Sonnet
When I have
fears that I may cease to be
Before
my pen has glean'd my teeming brain,
Before
high-piled books, in charactery,
Hold
like rich garners the full ripen'd grain;
When I behold,
upon the night's starr'd face,
Huge
cloudy symbols of a high romance,
And think that I
may never live to trace
Their
shadows, with the magic hand of chance;
And when I feel,
fair creature of an hour,
That
I shall never look upon thee more,
Never have
relish in the faery power
Of
unreflecting love; - then on the shore
Of the wide
world I stand alone, and think
Till love and
fame to nothingness do sink.
(do livro "Poemas de John Keats", Tradução:
Péricles Eugênio da Silva Ramos, Art Editora)
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