Venta lá fora
Lá fora o vento assopra as árvores solitárias,
Estapeia as folhas secas de frio, lá fora.
Lá fora choram tristes folhas secas,
Agora enegrecidas pelo véu da noite, lá de fora.
Já solitárias e carentes de afagos do sol,
As almas das flores endurecem no vento frio lá fora
E ressecam no frio, lá fora, as últimas folhas
verdes do meu baobá.
Lá fora amarga no frio, o doce mel da laranjeira.
Deve ser triste o frio lá fora.
Lá fora, o vento frio endurece as carnes dos vivos
E afaga os rostos dos mortos.
Lá fora, o vento assopra frio
E faz sentir, na alma de toda natureza,
O seu poder de vento frio.
Aqui dentro, onde nem vento frio assopra,
Congela um poeta!
(do livro “Versos de primavera”,organização: Delmo
Fonseca, Sapere Editora)
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