Ler
Drummond
Pico
de Itabira
que
máquina mineradora não corrói
é
a própria obra poética de CDA,
ápice
do modernismo brasileiro.
Fulano
de tal situa sua poesia entre o símbolo e a alegoria
e
beltrano vislumbra nela o princípio-corrosão
e
sicrano percebe uma poética do risco;
enquanto
este escrutina a técnica da palavra-puxa-palavra
aquele
outro detecta uma estilística da repetição.
Enquanto
as interpretações subsidiárias
não
criam uma película fantasmática
entre
o leitor treinado, o leitor plurifocal, e a poesia de Drummond.
Esta
permanece qual rútilo e incorruptível diamante,
imune
aos assaltos dos exércitos da hermenêutica.
–
e, desde que fato nunca nem há mais,
giram
que giram celeradas as roldanas das interpretações –
enfio
um pé aquém e outro pé além,
um
contato direto e sem intermediários
com
as sete faces dos seus veios poliédricos.
Reler
Drummond pela milionésima vez é uma aventura adâmica,
um
convite renovado ao espanto e a surpresa.
Close readings
nas internas das galerias das minas.
Magia
lúcida, esfinge clara:
chiar
para não ser destituído do estímulo do simples enigmático.
Uma
pedra de tropeço quebra o sono dogmático.
Dissolução
de Minas, família e Deus.
Morte
do absoluto & despetalar da rosa do bloco histórico e redução eidética
Chega um tempo em que não se diz
mais: Meu Deus
Tempo de absoluta depuração.
A
vida passada a limpo não em nome da restauração do perdido
Mas
sim da almejada: Nudez
A
procura da poesia é um aparelho processador/
reprocessador
Que
nulifica bazófias.
ler Drummond pela milionésima e mais
uma vez e mais...
(do livro "Pescados vivos", Rocco)
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