Primavera
Com ternura, a jovem ruiva
Que tanta inocência estimula,
Diz baixinho à menina loura
Estas palavras, numa voz quente:
“Seiva que aflora e flor que cresce,
A tua infância é uma alameda:
Deixa meus dedos nesse musgo
Onde o botão de rosa brilha,
“Deixa que eu, nessa erva clara,
Vá beber as gotas do orvalho
Com que é regada a tenra flor, –
“Para que o prazer, ó querida,
Ilumine tua fronte pura
Como a aurora o céu indeciso.”
(do livro "Poema eróticos - Para ser caluniado", Apresentação, seleção e tradução: Heloisa Jahn Editora Brasiliense)
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