sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Amigas - Paul Verlaine



Primavera


Com ternura, a jovem ruiva
Que tanta inocência estimula,
Diz baixinho à menina loura
Estas palavras, numa voz quente:

“Seiva que aflora e flor que cresce,
A tua infância é uma alameda:
Deixa meus dedos nesse musgo
Onde o botão de rosa brilha,

“Deixa que eu, nessa erva clara,
Vá beber as gotas do orvalho
Com que é regada a tenra flor, –

“Para que o prazer, ó querida,
Ilumine tua fronte pura
Como a aurora o céu indeciso.”


(do livro "Poema eróticos - Para ser caluniado", Apresentação, seleção e tradução: Heloisa Jahn Editora Brasiliense) 



Nenhum comentário:

Postar um comentário