terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Fefas Tatagiba



Ônibus 507


nessa mata de zinco
assassino o que sinto
invento instintos
alimento o frio
enchente de dor e gente
gastando com o asfalto
silêncio
a buzina acertou o meu cérebro
ainda bem que não tenho coração
ofertas de cinismo
pernas abraçam o vento
o mundo num passe
passa na janela
o ônibus que me embala
não se abala
vai levando seu mundo
todos mudos
cheios
lotados de vazios
que extravasam
despencando gente em pontos
que ninguém acerta


Fernanda Tatagiba nasceu em 1984 em Vitória no Espírito Santo, atualmente reside na cidade do Rio de Janeiro. Lançou seu primeiro livro de poemas À Sombra das Coisas Turvas em 2011 pela lei de incentivo de cultura e arte de Vila Velha e pela Editora Cousa. Atualmente prepara seu segundo livro de poesias Labirinto Mínimo. 



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