Ônibus 507
nessa
mata de zinco
assassino
o que sinto
invento
instintos
alimento
o frio
enchente
de dor e gente
gastando
com o asfalto
silêncio
a
buzina acertou o meu cérebro
ainda
bem que não tenho coração
ofertas
de cinismo
pernas
abraçam o vento
o
mundo num passe
passa
na janela
o
ônibus que me embala
não
se abala
vai
levando seu mundo
todos
mudos
cheios
lotados
de vazios
que
extravasam
despencando
gente em pontos
que
ninguém acerta
Fernanda
Tatagiba nasceu em 1984 em Vitória no Espírito Santo, atualmente reside na
cidade do Rio de Janeiro. Lançou seu primeiro livro de poemas À Sombra das
Coisas Turvas em 2011 pela lei de incentivo de cultura e arte de Vila Velha e
pela Editora Cousa. Atualmente prepara seu segundo livro de poesias Labirinto Mínimo.
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