Chuva de verão
Após a tempestade arrasadora
foge enamorada ao meio-fio
de calçada em Botafogo
uma água quase limpa
Deixa revelada a bonança
a refletir confusas raras nuvens
E eu, escravo de metáforas,
deposito nela minha angústia
E vejo-a escorrer por um bueiro
acompanhada pelas minhas queixas
Em direção contrária à corredeira
sigo em paz comigo,
mão no bolso.
assoviando um rock'n'roll
do Raul Seixas
(do livro "Poeticidade maravilhosa", Ibis
Libris)
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