o meio de todas as coisas
entre o fim do começo e o começo
do fim toda coisa tem uma massa
inerte feito ponte pela qual
passamos distraídos - ou não:
os astecas sentiam chegar o exato
momento do meio da vida - o meio
do meio da vida, o momento em que
o que já vivemos é exatamente
igual ao que ainda não vivemos
- e nesse momento preciso o mais
comum dos astecas sentia uma súbita
e inexplicável vontade de tomar um trem
mas como ainda não o tinham inventado
ele acabava por entristecer-se.
(daí a tristeza, essa vontade de algo
que ainda não inventaram)
(do livro "A partir da amanhã eu juro que a
vida vai ser agora", Editora 7Letras)
Amei!
ResponderExcluirEu amo esse poema. Gostei do seu blog tbm. Parabéns
ResponderExcluirContinua sendo um dos meus favoritos!
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