sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Sonetos luxuriosos - Pietro Aretino



7


Tens-me o pau na boceta, o cu me vês;
Vejo-te o cu tal como ele foi feito.
Dirás que do juízo sou suspeito
Porque nos pés eu tenho as mãos, em vez.

Mas se em tal modo de foder tu crês,
Confia em mim, assim não será feito,
Porque eu na foda bem melhor me ajeito
Se meu peito do teu sente a nudez.

Ao pé da letra quero-vos foder
O cu, comadre, em fúria tão daninha,
Com dedo, com caralho e com mexer,

Que vosso gozo nunca se definha.
Pois não sei que é dulcíssimo prazer
Provar deusas, princesas ou rainhas?

                               Mas direis, escarninha,
Que embora eu seja em tal mister sublime
O ter pouco caralho me deprime.

7


   Tu m'hai il cazzo in potta, in cul mi vedi,
Ed io vedo il tuo cul com'egli è fatto,
Ma tu potresti dir ch'io sono un matto
Perchè tengo le man dove sta i piedi.

   Ma s'a cotesto modo fotter credi,
Credilo a me, che non ti verrà fatto,
Perchè assai meglio al fottere io m'adatto
Quando col petto sul mio petto siedi.

   Vi vuo'fotter per lettera, comare,
E vuo'farvi nel cul tante ruine
Colle dita, col cazzo e col menare,

   Che sentirete un piacer senza fine.
Io non so che più dolce, che gustare
Da Dee, da Principesse e da Regine,

                                   E mi direte alfine
Ch'io son un valent'uomo in tal mestiero,
Ma d'aver poco cazzo mi dispero.


(do livro “Sonetos luxuriosos”, Tradução: João Paulo Paes, Má Companhia)



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