“taís”
com a barba vermelha banhada em sangue,
dirijo-me à gruta da tua vontade liquefeita.
os olhos já não esperam a carne do vacilo,
o corpo treme, mas as mãos, enfim, unidas
massacram com delicadeza as peles úmidas.
tento falar das coisas do amor, mas tu fechas
com tua mão minha boca e exiges um pouco
do veneno cotidiano que nos salva e arrasa
as paredes do tédio diário, e nós estamos ali,
nos banheiros apertados, agarrados à volúpia
que não exige palavra, mas sim o desperdício
com o qual faremos a comunhão das espécies.
e pularemos etapas, nos graduaremos ciganos,
não precisaremos talvez mais ter que começar
os poemas com as barbas banhadas em sangue.
estaremos tortos enfim, para sempre esgotados,
(do livro "L'Amore No", 7Letras)
poemaço!
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