Soneto libidinoso
se meu rijo travessão literário
insurge bem no vão dos teus colchetes
o vigor maiúsculo do meu verbete
cravo no acento do teu dicionário
e na rima do teu vocabulário
se derramo o sumo do meu cacete
toda tua oração exclama em falsete
e a linguagem lambe teu ponto pário
se enquanto mamo na letra do teu seio
meto minha mensagem no teu meio
rompo até o virgem hífen do inter-texto
e entre as aspas da tua anca catedrática
declamo minha porra anti-gramática:
(sexo entre parênteses não é incesto)
(do livro "Poesias Pornográficas, vol. 2",
organização: William Galdino e Barateza Duran, Presença e Editora Cozinha
Experimental)
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