Sonetilho engavetado
Não menos malditos sejam
os meus pérfidos poemas
meus versos que não almejam
tédio e rimas amenas
Na terra seca vicejam
rascunhados sem pudor
que se fazem e rastejam
sem um único leitor.
Guardo tudo sem encanto
nem sobrado ou palacete
é onde meu lirismo vive
Escrevo, pois eu não canto
nem engano com falsete
uma voz que nunca tive.
(do livro “Poeta sobre trilhos: Diário de bordo”,
edição do autor)
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