quarta-feira, 18 de junho de 2014

Poeta sobre trilhos: Diário de bordo - Lucas C. Lisboa



Sonetilho engavetado


Não menos malditos sejam
os meus pérfidos poemas
meus versos que não almejam
tédio e rimas amenas

Na terra seca vicejam
rascunhados sem pudor
que se fazem e rastejam
sem um único leitor.

Guardo tudo sem encanto
nem sobrado ou palacete
é onde meu lirismo vive

Escrevo, pois eu não canto
nem engano com falsete
uma voz que nunca tive.


(do livro “Poeta sobre trilhos: Diário de bordo”, edição do autor)



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