sobre as carcaças da
carne
viu padre ciomar
as duas empilhadas num
trajeto ardente
eram elas postiças
com o topo do gozo
o corpo entorno
elas ardiam
riam entretalvez
uma só piscadela
que caíram os tolos em
armadilha
padre ciomar de uma vez
boquiaberto ouvia
lá no quebra mar
o som vadio entre as
falésias
olhou a pequena igreja
crianças que não
tiveram vez
o sol que sucumbia
eram elas
escondidas pra todo
mundo ver
no quarto veraneio
o casebre sacudia
no negrume
onde o sol ardia
(do livro “Garotas
postiças (cenas do quebra-mar)”, edição do autor)
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