Soneto CLXVII
A certa moça chamando de velho o autor, que não se tinha por tal.
Não te escondo a guedelha encanecida,
Nem da rugosa fronte a cor já baça:
Conheço que o meu lustre, a minha graça
Foi por duros janeiros destruída:
Confesso inda que é já bem conhecida
Que a idade minha do cinquenta passa;
Mas juro que ainda tenho grossa massa,
Qual teso mastaréu a pino erguida:
Se és hidrópica mestra fodedora,
Daquelas que procuram com trabalho
Lanzuda porra, porra aterradora:
Minhas cãs não te sirvam de espantalho;
Põe a prova o teu cono, e sem demora
Verás então se é velho o meu caralho.
(do livro "Poesias Pornográficas, vol. 2",
organização: William Galdino e Barateza Duran, Presença e Editora Cozinha
Experimental)