lamer la herida abierta
es más dulce que una colmena
pombas adestram piolhos
e praças.
mandruvás carcomem a
textura da palavra verde.
cutias e pacas roem a
beira da palavra rio.
Cupins mastigam o cara
de pau.
traças abocanham os
risos nas fotografias.
leitões bacorejam no
curral de maquinadas situações.
javalis arruam nos
brotos e caules da horta da nossa aorta.
o mundo é a hemorragia.
Revitalizar é um verbo
a favor de gente
e
contra
infecções, lesões e
traumas.
poema torna-se
torniquete torcendo a mecanização do ânimo.
meu cérebro e meu
espirito são espetados pelo desconforto
quando a rotina se afia
e amola, como um canivete.
neurose é o meio social
chutando e socando as portas dos miolos neurais
entrando sem ao menos
ser convidado.
os dias deixando
hematomas no rosto da gente.
os dias deixando
escoriações no peito da gente.
os dias deixando
inchaços nos braços da gente.
lágrima, suor , sangue
e grãos de gargalhadas são extraídos do corpo
como o néctar
que as abelhas extraem
das flores
diante da mandíbula de
aço inoxidável e compromissos da cidade.
o planeta gira como uma
betoneira,
areia, brita, concreto,
abstrato, sentimentos e argamassa.
essas
vigas de aço que eles
enterram no meu baço.
esse
vergalhão de 10mm
que eles enfiam no meu
coração.
esses
sacos de pregos de aço
nunca irão tolher
nossos abraços.
foguete que cava o ar
e broca que plaina
dentro do umbigo da terra fugindo do cotidiano do planeta,
osso do tornozelo
torcido .
Matheus José Mineiro autor do livro A Cachoeira do
Poema Na Fazenda Do Seu Astral, radicado na Serra dos Òrgãos (Rj) . www.apologiapoetica.blogspot.com.br
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