sem querer
desde que perdi o que
perdi não mais levanto
sem olhar para trás
e procurar o que sem
querer deixei sem
querer deixar
num banco numa esquina
ou num elevador
sobre ou sob a cama
no meio
do chão
dois olhos coçando
a superfície das coisas
até nelas encontrar então
o que nem perdido estava
mas ficou
somente para não perder
a procura e poder retornar
com algo
(do livro “A primeira morte”,
Oficina Raquel)
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