Morcegos
Morcegos em minhas janelas
sugando minhas palavras
Morcegos na entrada de minha casa
atrás dos jornais, nos cantos
nos caminhos de meus passos,
observando cada movimento de minha cabeça
Por detrás da cadeira, morcegos me vigiam
eles me seguem nas ruas
vigiando meus olhos que se detêm
em livros, nas pernas das garotas...
não param de vigiar
Na sacada vizinha, morcegos,
e dispositivos eletrônicos escondidos nas paredes
Agora os morcegos estão à beira
do suicídio
Estou cavando uma entrada para a luz do dia
(do livro “Poesia palestina de combate”, Achiamé)
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