sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Antonio Lobo de Carvalho, o "Lobo da Madragoa" (1730? - 1787)



Soneto CLXVII

A certa moça chamando de velho o autor, que não se tinha por tal.


Não te escondo a guedelha encanecida,
Nem da rugosa fronte a cor já baça:
Conheço que o meu lustre, a minha graça
Foi por duros janeiros destruída:

Confesso inda que é já bem conhecida
Que a idade minha do cinquenta passa;
Mas juro que ainda tenho grossa massa,
Qual teso mastaréu a pino erguida:

Se és hidrópica mestra fodedora,
Daquelas que procuram com trabalho
Lanzuda porra, porra aterradora:

Minhas cãs não te sirvam de espantalho;
Põe a prova o teu cono, e sem demora
Verás então se é velho o meu caralho.


(do livro "Poesias Pornográficas, vol. 2", organização: William Galdino e Barateza Duran, Presença e Editora Cozinha Experimental)



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