O clamor das circunstâncias
Ontem, alma embargada de travos de amargura,
pesavam-me turvos pensamentos.
Infenso à ínfima psicosfera, carpia as mágoas do
sentir.
Minhas incoerências refletiam ecos da dor do que
fui.
Angústias, neurastenias, lástimas que chorei sem
lágrimas.
Noite na aura e o torpor dos remorsos,
cálida corrosão borbulhando, toldando as águas
íntimas,
redemoinhos revirando o pó das emoções.
Hoje um fabuloso fluxo de energia lançou-me a outro
polo.
Estabeleceu-se um turbilhão de memórias em mim.
Índio que me tornei no meio do tempo.
Como as coisas do mundo me decepcionam
e só na contemplação entendo o colosso da vida!
Estranho como a vida se faz urgente, de súbito!
(do livro “Verbo imaginário – antologia poética 1998
– 2010”, Aldeiabook)
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