sábado, 15 de novembro de 2014

Liliane Pinatti



Café


ao pai

fruto seco
destroçado nas vísceras

língua desafina
amargo grão

burburinhos
de água fervente

alquimia

pressentir
o cheiro

o marrom
escorrega
na clareza
do som

um gesto
um silêncio
um copo
            / para outro copo

o entendimento
de duas vidas inteiras


(do livro “Subúrbios da caneta – poemas do coletivo Tantas Letras”, organização: Reynaldo Damazio e Tarso de Melo, Dobra Editorial)



Um comentário:

  1. Belo, Liliane...não sabia que escrevia. abs. (se puder, visite o meu blog: www.micropoetricidade.blogspot.com)

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