Costuro estrelas
Céu cinzento
luzes de coral.
O crepúsculo é apenas um
anúncio, enxertado de relâmpagos
no vestido azul que usarei
domingo.
Costuro estrelas
brilhos e vidrilhos.
Um alfaiate
no anil sideral.
As andorinhas pousaram
no Bezerro de Ouro,
o vinho escorre da taça
em chamas, mas em segredo
inventarei a Primavera,
cantarei no coral da igreja,
tocando meu violão, e usarei
no domingo o vestido azul,
costurado de estrelas.
(do livro “Vozes na paisagem – antologia de poetas
brasileiros contemporâneos I”, organizador: Waldir Ribeiro do Val, Edições Galo
Branco)
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