soneteiro
era teu lápis esfregando as trevas
quem gentil flertava as almas penadas:
na boca explosivos ácidos ervas,
no papel gasto esgoto das vanguardas.
acompanhado em noites inspiradas
eras todo me
passa logo a cerva,
mas após censuras das namoradas
fez-se mesurada
a recente leva.
pois mesmo que a liberdade lhe mostre
o atalho (usurpar a rima tirana)
e ajude a queda trágica do trema
ainda não te desvias do mote:
sem ter sorte com rebuscadas damas
és verso discreto como nas camas.
(do livro “Elevador”, Editora Patuá)
métrica impecável. show!
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