Fechei
a porta. Desci as escadas. Deparei-me com vigia e se partiu o silêncio.
Supliquei a ele que não dissesse, mas disse: Hoje não virão, senhorita; não os
atrai. Ainda não havia retornado, na esquina o ouvi falar ao guarda da taberna:
essa moça está louca. Todo dia, às doze, desce para abrir a porta aos mortos.
Tive que deter o tio Jacobo que queria desafiá-lo a um duelo. Tio Jacobo morreu
antes dos 36 e não estava acostumado com a má educação dos vigias ao tratar as
senhoritas.
Cerré
La puerta. Bajé las escaleras. Tropecé com el sereno y se ronpió el silencio.
Le suplique com um gesto que no lo dijera y lo dijo: Hoy no vienen, señorita;
no les toca. Y aún no había vuelto yo La esquina oi cómo Le iba com el cuento
al guarda de la taberna: Está loca esa chica. Cada día, a las doce, baja para
abrir la puerta a los muertos. Tuve que retener a tío Jacobo que queria retarle
a um duelo. Tío Jacobo murío antes del los 36 y no estaba acostumbrado a la
mala educación de los serenos para com las señoritas.
Ana María Moix, nasceu
em Barcelona 1947, irmã do também escritor Terence Moix (1942-2003). Foi a
única poeta incluída na lendária antologia Nueve
novísimos poetas españoles (1970) em companhia de Leopoldo María Panero,
Manuel Vázquez Montalbán, Pere Gimferrer. Publicou as obras de poesia: Baladas Del Dulce Jim, Call me Stone e No time for Flowers; e obras em prosa,
por exemplo Walter, ?por qué te fuiste?
Retratando a homossexualidade e os conflitos em uma Barcelona onde impera a
atmosfera do pecado e da culpa. Poeta, editora, tradutora, jamais alheia às
causas políticas de seu país, desde a época do antifranquismo. Morava com sua
companheira e os filhos dela. Morreu de câncer.
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