À Cora, tão cheia de ci
(à avó que é minha, dona Coraci)
No cerrado aclamado por Cora Coralina
Outra Cora se destoa em pleno planalto
Tão logo doura de cores a impávida sina
Cora de dores o coração deveras incauto
Em sua face, fendas rasgadas pelo tempo
Conservam histórias, guardam segredos
Da mulher que ri por vãos contratempos
E que chora sem se render a seus medos
O olhar fatigado ludibria todo divagante
Que quiçá cogite ser senhora tal menina
Cujos sonhos são como bússolas errantes
Que conduzem a moça por doces marinas
Se Cora poeta lhe dedicasse uns versos
Soariam como ode à mulher homônima
Que vaga livre por seu distinto universo
Mas nas multidões se mantém anônima
(do livro “Rio inVersos”, organizador: Delmo
Fonseca, Confraria de Autores)
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