sábado, 29 de março de 2014

Everaldo Custódio de Deus



O banquete


Em meio a desorganização o sopro fechara a última janela, abrindo os sentidos dos bacanais entrecortados por cenas dantescas que lembravam o som do abismo... por alguns instantes tudo se pôs em trevas... o silêncio que seguira cobrava instintivamente o final do festim em um mundo petrificado por acúmulo de falta de beleza... os vilões desconfiados se retiram do banquete que comemorava a vitória do nada... da janela entreaberta se avistava o princípio do fim da soberania doentia das paixões bestiais, que envaideciam os sentidos e castravam a imaginação que proporcionariam ao homem o direito de ser criança.


(do livro “Poesias Encantadas VI – Antologia Poética Nacional”, organizador: Luciano Becalete, Projeto Poesias Encantadas)



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