terça-feira, 25 de março de 2014

Janaína Tavares



Algodões de Giz


O acabamento da obra. A degustação do aperitivo e do processo. Manter a calma. Suco de maracujá. Lembrar-se de respirar. Lembrar-se de esquecer. Se acostumar com a saudade e com a ausência dele na cadeira ao lado. O acontecer no agora e não no porvir. Rabisco de desejo na brecha do intervalo. Sinos silenciosos. Luz elétrica. Azulejo desbotado. A água sanitária. Dor de cabeça, nas costas e nas pernas. Caminho errado para a farmácia. O famoso desconserto. Nenhuma mensagem no celular. Caminhada pelo calçadão. Cansaço humano. Lixo. Funk e Rock clássico. Brinquedos pirateados. Crianças roubadas de si. Mochila rasgada. Palavras encostadas no ouvido. Beijo sabor nuvem. Coração pedra molhada de cachoeira. Van. Túnel do tempo. Mãos perdidas. Sentimentos perdidos. Outros achados. Doce feito de algodão na ala onírica.


Janaina Tavares, nascida e criada em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. Estudante de Letras-Espanhol na UFRRJ. Foi do Movimento Estudantil e hoje atua na área da cultura liderando o Sarau V em Nova Iguaçu.



2 comentários:

  1. a-do-ro! Janaína! esses seus poemas-paisagens são muito legais !! até porque não vejo muitos deles por aí, acho que é seu estilo mesmo, e ficam bem legais na sua voz!! adoro vozes tb, amo mesmo sua voz! valeu queridinha!! bejo bejo - xandu

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  2. Que delícia! Um beijo sabor nuvem pra você Janaína!

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