Colares
Para você exatamente em algum lugar onde não estás:
Aqui, rolaram-me sobre pântanos
Caminhei em dunas sem sentir os pés
Não pertence a lei o que é sem dono
Não faz chover o que é só vento e hálito quente
Abandono-te ao lilás do esquecimento
E volto ao vácuo de antigamente
Perdi o peso de certas manhãs, já me faziam falta os
pássaros
Cuide-se ao sonhares, pode ser que te perco ao
soluço da noite
E caias sem pranto no tardio pomar do solo
Eu jurava que teus dentes eram pérolas e me fazia
colares e nunca ficavas banguela
Sabe-se lá o que esperam das conchas, creia-se joia,
era-me verme
Nua, assim te gosto e meus dedos te vestem súplicas
E meus lábios te ferem
- Arrependimento.
Marcos
Nascimento, 26 anos, escreve desde a puberdade, mas ainda não sabe como se livrar
dela. Mora no Rio de Janeiro, mas não vê o nascer do sol há bastante tempo.
Lançará de forma independente um livro de poemas e prosa chamado
“Introexpedição”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário